Centro de Arte Moderna da Gulbenkian: Reabertura e Exposição

    O Centro de Arte Moderna (CAM) da Fundação Calouste Gulbenkian, reconhecido como um dos espaços mais importantes para a arte moderna e contemporânea em Portugal, passa por uma nova fase após uma profunda renovação. Com um equilíbrio entre tradição e modernidade, o CAM convida o público a explorar um espaço onde arquitetura, arte e natureza se encontram. A transformação do CAM é acompanhada por uma coleção especial de joalharia em colaboração com a Portugal Jewels, que destaca o diálogo contínuo entre a herança e a inovação.

    Fundação Calouste Gulbenkian: Um Legado Cultural que Abrange o Museu e o CAM

    A Fundação Calouste Gulbenkian, estabelecida em 1956 pelo magnata arménio Calouste Sarkis Gulbenkian, é uma das instituições culturais e filantrópicas mais proeminentes de Portugal. Com sede em Lisboa, a fundação dedica-se a promover o conhecimento, o intercâmbio cultural e o desenvolvimento social e económico, apoiando uma vasta gama de projetos nas áreas da arte, ciência, educação e saúde. Parte integrante desta fundação, o Museu Calouste Gulbenkian alberga uma rica coleção de arte moderna e contemporânea, tanto portuguesa como internacional. Além do museu, a fundação é também responsável pelo Centro de Arte Moderna (CAM), um espaço essencial para a preservação e promoção da arte moderna em Portugal. O CAM, agora renovado, continua a ser um pilar da cultura em Lisboa, reforçando o compromisso da fundação com a arte e a cultura globalmente.

    A Renovação do CAM: Arquitetura e Jardim em Harmonia

    O renovado edifício do CAM é fruto do trabalho do aclamado arquiteto japonês Kengo Kuma, que foi responsável por imaginar o espaço original projetado por Leslie Martin e inaugurado em 1983. Kuma, conhecido por integrar elementos da arquitetura tradicional japonesa nas suas criações, trouxe para o CAM o conceito de engawa, um espaço de interação entre o interior e o exterior, que promove uma fusão harmoniosa entre o edifício e o jardim que o envolve:

    O novo edifício foi ampliado destinado a acolher exposições da coleção permanente do museu. A fachada foi então transformada, conferindo uma nova identidade ao edifício. Mas é no átrio que encontramos a ligação visual entre os dois jardins da fundação, criando uma continuidade entre o espaço exterior e interior.

    O jardim sul, redesenhado pelo paisagista Vladimir Djurovic, foi inspirado no projeto original de Gonçalo Ribeiro Telles e António Viana Barreto. Esta nova área verde, aberta à cidade, reflete a vegetação autóctone da região e oferece aos visitantes um espaço de tranquilidade e contemplação em meio à natureza.

    Exposições no CAM

    Como marco cultural de Lisboa, no CAM destacam-se obras e exposições de grande relevância, tal como a exposição da artista portuguesa Leonor Antunes, radicada em Berlim.

    Nesta coleção encontram-se obras de artistas mulheres que integraram a sua exposição intitulada da desigualdade constante dos dias, na Galeria Principal do CAM. Uma instalação imersiva que dialoga com a arquitetura do espaço, explorando temas como a relação entre o espaço e a memória, e o papel das mulheres na história da arte moderna.

    Na exposição Linha de Maré, encontramos mais de 90 obras, com foco na Revolução de 25 de Abril e nas suas consequências culturais e sociais. Obras de artistas renomeados como Paula Rego, Helena Almeida e Fernando Lemos, proporcionam uma visão abrangente da arte contemporânea portuguesa. Na obra de Fernando Lemos, tendo o artista recebido uma bolsa da Fundação Gulbenkian para estudar caligrafia japonesa, são revelados os desenhos e fotografias, ao lado de gravuras japonesas da coleção do Museu Gulbenkian. Esta justaposição reflete a influência da cultura japonesa na obra de Lemos, permitindo explorar as conexões entre o Oriente e o Ocidente na arte moderna.

    O Japão, como lugar de destaque nesta reabertura, dispõe de performances e exposições de artistas japoneses contemporâneos, como Go Watanabe e Yasuhiro Morinaga. Esta ligação entre o CAM e a cultura japonesa, sublinha a importância do diálogo intercultural na criação artística e reforçando a ligação entre as culturas japonesa e ocidental.

    Exposição de Joalharia da Portugal Jewels: Tradição e Contemporaneidade

    Entre as ofertas culturais mais aguardadas do CAM, destaca-se a coleção de joalharia em colaboração com a Portugal Jewels, que celebra a tradição portuguesa através de uma perspetiva contemporânea. 

    A coleção cápsula, intitulada Engawa, inspira-se no conceito japonês que simboliza a transição suave entre o interior e o exterior, refletindo essa fluidez entre o tradicional e o moderno. Com um design inovador, as peças desta coleção utilizam técnicas artesanais tradicionais para criar joias de linhas geométricas que reinterpretam a arquitetura do novo CAM. 

    Esta exposição sublinha a importância da joalharia como uma forma de arte, ao mesmo tempo que explora novas direções criativas, reforçando o compromisso do CAM com a promoção do diálogo entre herança cultural e inovação artística.

    O Novo CAM: Um Legado de Arte e Cultura a visitar

    A nova fase do CAM promete trazer uma programação diversificada e inovadora, com exposições temporárias, performances, workshops e outras atividades culturais que irão enriquecer a vida cultural de Lisboa. O centro estará também aberto a colaborações com artistas e instituições internacionais, reforçando o seu papel como um dos principais centros de arte moderna e contemporânea em Portugal e na Europa.

    A reabertura do Centro de Arte Moderna da Gulbenkian é uma oportunidade imperdível para todos os que apreciam a arte e a cultura. Com um edifício renovado, um jardim deslumbrante e uma programação cultural de excelência, o CAM promete ser um dos espaços mais vibrantes e dinâmicos de Lisboa. 

    Para mais informações sobre a reabertura do CAM explore o site oficial do CAM.

    Não perca a oportunidade de visitar este novo ícone da cidade e de explorar as exposições e atividades que o CAM tem para oferecer.


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